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Vista aérea de floresta fechada

ESG E O FUTURO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

6 de Outubro de 2023

Os temas acerca da sustentabilidade começaram a ser discutidos antes da criação do termo ESG, mas o surgimento do conceito ampliou os olhares para a inevitável necessidade de integrar as iniciativas envolvendo economia, meio ambiente e sociedade.

A sigla ESG (Ambiental, Social e Governança) passou a ser mencionada entre lideranças do mercado financeiro em 2004, depois de uma provocação do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan. O diplomata instigou 50 CEOs de grandes instituições financeiras sobre o que poderia ser feito para integrar as questões dos temas ambientais, sociais e de governança ao mercado financeiro. O termo foi citado na publicação Who Cares Win e, desde então, tem crescido e guiado movimentos importantes no cenário corporativo. 

Os últimos anos têm sido marcados pelo crescimento dos debates sobre os impactos ambientais e sociais em relação às mudanças climáticas e suas consequências. E, apesar dos importantes esforços e iniciativas acontecendo em todas as partes do mundo, os desafios são grandes. De acordo com o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), a chance de a meta de limitar a elevação da temperatura média global a 1,5° não ser atingida em 2030 está em 50%. 

Por isso, atualmente é fundamental que as atenções estejam voltadas para melhorar as perspectivas em relação a um futuro mais sustentável, e é essencial a participação de todos os setores da sociedade nessa meta. E é por essa que razão que a sigla ESG tem ganhado força quando o assunto é sustentabilidade e os princípios de desenvolvimento sustentável. 

O que mudou nos últimos 20 anos?

Os temas acerca da sustentabilidade não começaram a ser discutidos a partir da criação do termo ESG. Diversos acontecimentos históricos, como o aumento da densidade populacional em todo o mundo, os desenvolvimentos tecnológicos, as necessidades de avanços para reduzir a desigualdade sociais, entre outros temas, ampliaram os olhares para a inevitável integração entre as iniciativas envolvendo economia, meio ambiente e sociedade.   

Esses movimentos impulsionaram, para citar alguns exemplos, a criação e desenvolvimento de leis trabalhistas e evolução de direitos humanos na esfera social; de regras de transparência e anticorrupção no âmbito de governança corporativa, e o estabelecimento de metas de redução de emissão dos gases de efeito estufa quando falamos de meio ambiente. Ações como essas já aconteciam muito tempo antes de a sigla ESG começar a ganhar destaque, mas a consolidação dessas ideias em um conceito integrado e de constante atualização, ajuda a moldar a forma com que as organizações adotam ou aprimoram as estratégias de sustentabilidade. 

Por ter surgido no mercado financeiro, a principal evolução do ESG está no contexto dos investimentos. Em 2006, um grupo internacional de investidores e a ONU criaram os Princípios para o Investimento Responsável, para trazer mais clareza e transparência para as avaliações de investimentos institucionais que consideram as práticas ESG. E conforme um levantamento feito pela Economatica, empresa especializada em pesquisas do setor financeiro, de 2013 a 2023 passou de 43 para 53 o número de fundos de investimentos baseados em critérios de sustentabilidade.  

Por muito tempo, a área da sustentabilidade foi vista como um entrave para o crescimento comercial das empresas. Mas a importância de adotar os critérios ESG nas organizações tem ficado cada vez mais notável para as lideranças em todo o mundo. Segundo o Climate Check 2022, estudo da consultoria Deloitte, 87% dos líderes disseram que investir em práticas sustentáveis gera benefícios econômicos a longo prazo.

Essa mudança de mentalidade em relação à compreensão da sustentabilidade como uma área estratégica tem sido de extrema importância para empresas de todos os portes serem mais reconhecidas e mais bem avaliadas por consumidores e stakeholders em geral. 

ESG e o desenvolvimento sustentável 


O crescimento econômico responsável, o combate às mudanças climáticas e a preocupação com a responsabilidade social resumem o conceito de desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, a agenda ESG tem um importante papel em temas que vão desde a mitigação de riscos à redução de custos e contenção de desperdícios, resultando na otimização do uso de recursos naturais e na melhoria na qualidade de vida das pessoas. Consequentemente, os benefícios se estendem ao próprio negócio, fortalecendo a sobrevivência da marca, já que a aderência da jornada de sustentabilidade transcende as exigências regulatórias e aumenta a confiança dos investidores.   

Uma das ferramentas que tem sido amplamente utilizadas pelas empresas e organizações de todos os setores como parâmetro nas práticas ESG está no alinhamento das iniciativas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Essas metas podem contribuir globalmente com o desenvolvimento econômico sustentável e possuem uma visão ampla das demandas atuais e futuras da sociedade.  Assim, a agenda ESG tem se consolidado como um importante apoio nas estratégias das organizações não só para o seu próprio benefício, mas para auxiliar a sociedade na criação de expectativas otimistas para o futuro do planeta.

Os possíveis próximos passos em ESG


As mudanças relacionadas ao conceito ESG acompanham, naturalmente, as demandas globais nos debates sobre desenvolvimento sustentável nos três pilares. Mas além das estratégias em si, as companhias devem garantir que as iniciativas liguem cada vez mais discurso e prática, já que o interesse público pelo tema tende a seguir crescendo: entre os anos de 2019 e 2023 a busca pelo termo ESG nas redes sociais registrou um aumento de expressivos 2.600%, conforme levantamento do Pacto Global da ONU e da consultoria Stilingue.

Em relação ao comportamento dos consumidores, a intenção de compra das pessoas deve estar cada vez mais ligada às práticas sustentáveis das marcas. Um estudo de 2022 da consultoria KPMG indica que 64% das pessoas estão dispostas a mudar os seus hábitos de compra para reduzir o impacto ambiental e 69% pagariam mais por produtos em que elas estejam de acordo com os princípios da empresa. 

A fim de cumprir agendas de metas de sustentabilidade em cenários regionais e globais, também existe a tendência de expansão e consolidação de leis, normas e diretrizes nos âmbitos de responsabilidade social das empresas, de suas práticas relacionadas ao meio ambiente e de transparência da gestão. Para citar alguns exemplos, temos o crescimento do mercado voluntário quando falamos de carbono e hidrogênio verde, que devem guiar os parâmetros para o mercado regulado, e a criação de leis anticorrupção que exigem cada vez mais transparência na relação das companhias com o mercado e a sociedade. 

A colaboração entre empresas, governos, sociedade civil e outras partes interessadas pode se tornar mais crucial na abordagem de questões ESG complexas. Diálogo e cooperação podem ser fundamentais para encontrar soluções sustentáveis e equitativas.

BV ESG 360


O Bureau Veritas atua globalmente na área de testes, inspeções e certificações e ajuda as empresas a adotarem os padrões ESG e em serviços de sustentabilidade. Por meio do BV Green Line, agregamos uma série de serviços e soluções para as empresas tornarem seus negócios cada vez mais sustentáveis, em conformidade com os requerimentos regulatórios e conforme as expectativas da sociedade. Um destes serviços é o BV ESG 360, que ajuda os negócios a entenderem o nível de maturidade sustentável da organização de forma 360, permitindo diagnosticar e mensurar os principais cenários de melhoria nas métricas sustentáveis. O serviço pode incluir a obtenção da certificação e agregar ainda mais valor à jornada de sustentabilidade das empresas.
 

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Andressa Lisboa

Andressa LisboaDiretora de Certificação e Sustentabilidade do Bureau Veritas Brasil