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Imagem ilustrativa de um holograma digital do mapa do mundo

RASTREABILIDADE: FATOR CRÍTICO PARA PROTEGER MARCA E REPUTAÇÃO CORPORATIVA

30 de Maio de 2023

Comprovar que a cadeia de fornecimento não viola princípios ambientais, sociais e de governança torna-se fator essencial para proteger a reputação das empresas e de suas marcas no mercado.

A adesão a critérios ambientais, sociais e de governança, conhecidos pelo mercado como ESG, tem sido vista de forma cada vez mais estratégica por empresas dos mais variados setores da economia. Está se consolidando a percepção de que as organizações que seguem essa agenda e a incorporam à sua forma de fazer negócios, estendendo as práticas a suas cadeias de fornecimento são mais confiáveis – seja do ponto de vista dos consumidores, dos clientes ou de potenciais investidores.  

Nos últimos meses, porém, o Brasil registrou acontecimentos que demonstraram a dificuldade de algumas empresas seguirem esses critérios de confiabilidade – nas esferas ambiental, social e de governança. No campo ambiental, chamam a atenção mundial os recordes em desmatamento verificados no país. Conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em fevereiro de 2023, o desmatamento na Amazônia aumentou 62% na comparação com igual mês de 2022, atingindo 321,9 quilômetros quadrados. O mesmo aconteceu no cerrado, bioma no qual houve uma alta de 98,8%, correspondendo a 557,8 quilômetros quadrados de áreas desmatadas.  

Internacionalmente, o impacto desses dados é considerável, vista a preocupação global com a emergência climática e o fato de o Brasil ter retrocedido nos últimos anos em diversas medidas de proteção ao meio ambiente. Consumidores e investidores do exterior podem passar a questionar a seriedade do governo ao prometer enfrentar o problema, ao passo que organizações ambientais podem pressionar por boicotes e campanhas de conscientização – o que tem potencial para causar prejuízos financeiros e reputacionais para empresas brasileiras que exportam produtos como carne. 

 Já no pilar social, houve a revelação de utilização de mão de obra contratada em regime análogo à escravidão. Centenas de trabalhadores foram resgatados pelas autoridades; comprovadas as denúncias, as empresas foram condenadas pela Justiça a pagar R$ 7 milhões em indenizações por danos morais. Uma questão grave que afetou negativamente a imagem das empresas envolvidas – tendo ainda impactado, por contágio, a reputação de outras empresas brasileiras, despertando inclusive, a suspeita de que o desrespeito aos direitos humanos pode estar mais disseminado no país – o que pode levar a movimentos de boicote e prejudicar potenciais investimentos externos.  

CONSEQUÊNCIAS

Os danos externos para as empresas brasileiras decorrentes de situações como estas são reais; afinal, estes casos ganham repercussão internacional de forma muito rápida, influenciando a percepção de consumidores e investidores. Um exemplo recente disso é a aprovação pelo Parlamento Europeu de uma lei antidesmatamento que impede a entrada nos países da União Europeia (UE) de commodities que tenham sido produzidas em áreas desmatadas, degradadas ou fruto de trabalho que viole os direitos humanos e dos povos originários. Importante ressaltar, no entanto, que após a entrada da lei em vigor, as empresas que atuam na Europa terão até dois anos para se adaptarem e adotarem sistemas de rastreabilidade.

Dessa forma, as exportações brasileiras de itens como madeira, carne, soja, borracha, cacau, café e óleo de dendê que tenham sido produzidos nessas áreas após 31 de dezembro de 2020 tornam-se sujeitas a controles mais rígidos e devem comprovar que esses itens foram produzidos conforme os critérios exigidos. 

O controle da UE será feito por meio de informações fornecidas pelas exportadoras, como coordenadas de geolocalização, além de ferramentas de monitoramento por satélite e análise de DNA; com isso, será possível verificar a origem dos produtos e, em caso de serem provenientes de áreas de desmatamento, proibir a exportação para o mercado europeu.  

Esta nova legislação poderá ter um efeito considerável sobre as exportações do agronegócio brasileiro e influenciar outros mercados importadores além da Europa. Em 2022, os embarques totais desse segmento atingiram US$ 159,09 bilhões – e as commodities citadas pela nova lei europeia corresponderam a 80% desse total.  Essa nova normativa será provavelmente seguida por outras iniciativas semelhantes em outros países ou blocos econômicos.

Assim, torna-se essencial que as empresas brasileiras tenham condições não apenas de atestar que operam de forma alinhada aos padrões ESG, mas que também podem comprovar que sua cadeia produtiva atua de maneira sustentável, segundo a legislação. Afinal, elas são vistas como corresponsáveis pelas práticas de seus fornecedores – e ficam expostas a quaisquer irregularidades por eles praticadas. 

BV OFERECE SOLUÇÃO DE RASTREABILIDADE


Uma forma de as empresas se protegerem de impactos negativos por condutas ilícitas de outras companhias, mantendo sua credibilidade no mercado, é disporem de mecanismos que atestem a idoneidade de suas operações nos campos ambiental, social e de governança. Esta é a função do V-Trace, uma solução de rastreabilidade oferecida pelo Bureau Veritas em parceria com a Optel, que possibilita o mapeamento completo das cadeias de suprimento das empresas, assegurando seu completo alinhamento a critérios de sustentabilidade.  

Composto por serviços de gerenciamento de riscos, de desempenho e de rastreabilidade, o V-Trace oferece uma visão completa do processo produtivo. Por meio da plataforma digital da Optel, o sistema fornece visibilidade e transparência a todos os pontos da cadeia de fornecimento – inclusive auxiliando no gerenciamento de emissões de CO2, diretas e indiretas. 

Já os auditores do Bureau Veritas realizam auditorias in loco e verificações dos dados coletados ao longo da cadeia, por meio de uma análise imparcial, aderente aos protocolos exigidos para uma acreditação de qualidade. Dessa forma, é possível produzir um relatório de rastreabilidade completo, incluindo avaliação, resultados de testes de qualidade e adesão a critérios de sustentabilidade.