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A importância da qualidade e excelência organizacionais

A importância da qualidade e excelência organizacionais

22 de Junho de 2022

Falar de qualidade pode parecer um tema do século passado. Atualmente, novas ferramentas ganharam a atenção de muitos profissionais, como as metodologias ágeis, Scrum, Power BI, e muitas outras.

Claro que se manter antenado no que há de novo faz parte dos ambientes corporativos, no entanto, eu gosto de dizer que muitas das ferramentas que estão “viralizando” não passam de práticas da qualidade com um “retrofit”.

Todos os anos, desde 1979, o Fórum Econômico Mundial publica o Relatório de Competitividade Global, no qual constam os Índices de Competitividade Global, que avaliam, de forma abrangente, a competitividade das nações, dentre elas, o Brasil.

Dentre os pilares avaliados, há alguns que gostaria de destacar, como o dinamismo dos negócios (Business Dynamism), a capacidade de inovação (Innovation Capability) e as competências (skills).

Pois bem, conforme aponta o relatório, que está disponível em seu site, o Brasil encontra-se na posição 71, ocupando as seguintes posições no que diz respeito aos pilares mencionados:

  • Competências: posição 96;
  • Dinamismo dos negócios: posição 67;
  • Capacidade de inovação: posição 40.

Em contrapartida, o Brasil está entre as 15 maiores economias do mundo, ocupando a 13ª posição – mesmo tendo caído algumas posições desde o início da pandemia – com um valor nominal do PIB de US$1.608 trilhão.

Diante desses dados, podemos concluir que o Brasil é sim uma potência. Mas a sua situação seria ainda melhor se conseguisse aumentar competitividade, baseada na estrutura das suas organizações. Obviamente, isso levaria o nosso país a patamares mais elevados, entre as maiores economias do mundo.

A grande questão é: como fazer isso? Como estimular a economia? Claramente, uma das respostas é: fortalecer o crescimento das empresas brasileiras, o que já foi previsto no Plano para o Crescimento do Brasil, em 2019, que incluía seis grandes projetos:

  • Simplifica: projeto que busca remover obstáculos à produtividade e à competitividade das empresas por meio da remoção de barreiras regulatórias e legais;
  • Emprega +: seu objetivo seria o de elevar a qualificação de capital humano e a taxa de emprego;
  • Concorrência para Prosperidade: visa aumentar a concorrência e a eficiência dos mercados;
  • Pró Infra: projeto que busca elevar a infraestrutura brasileira a níveis internacionais de preço e qualidade;
  • Brasil 4.0: o objetivo aqui é o de promover a modernização das empresas via inovação, digitalização e capacitações gerenciais;
  • Prospera MPEs: projeto que visa desenvolver os pequenos e médios negócios de forma inovadora e sustentável.

E é aqui que entram as questões de qualidade novamente, as quais, no fundo, nem sempre foram bem aplicadas pelas organizações do ponto de vista estratégico.

Desde a década de 1970, as indústrias japonesas fazem a qualidade correr pelas veias de seus colaboradores. As práticas de melhoria e inovação não são apenas ações da cúpula da organização, mas transitam pelos corredores da produção com a aplicação de Kaizen, uma ferramenta Lean com foco em melhorias.

Claro que devemos nos atualizar e fazer diferente, mas a ideia é que, para inovar, antes de mais nada, precisamos fazer bem o básico. As organizações precisam ter seus processos estabilizados para serem lucrativas e competitivas.

Sendo assim, práticas de gestão da qualidade, alinhadas à gestão estratégica, podem sim proporcionar às organizações, mesmo através de ferramentas “vintages”, os resultados almejados, baseados numa liderança focada e que envolve seu time, engajando-o para um caminho sem volta: o caminho da excelência.

Mas é claro que esse caminho requer esforço, dedicação, planejamento, recursos e, acima de tudo, método.

Não adianta consultarmos informações esparsas nas redes sociais e implantarmos um pouco de tudo: Scrum, Power BI, metodologias ágeis, Lean Thinking e por aí vai.

Antes, temos de entender aonde a organização quer chegar; depois, definir as estratégias e, por fim, escolher as ferramentas. E aqui vale lembrar que não adianta ter a melhor ferramenta se não soubermos usá-la. Por isso é que o desenvolvimento de competências e a criação da visão crítica por parte dos colaboradores são maneiras de cortar o caminho para os resultados almejados.

Portanto, vale sim investir em educação e em conhecimento para que as melhores estratégias, as melhores análises e as melhores tomadas de decisão possam ser feitas por uma organização, pois isso só é feito por pessoas, não por máquinas. Pense nisso!

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Bureau Veritas

Carolina de CarvalhoBureau Veritas Treinamentos