ESG x EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
O cenário atual, com o aprofundamento da crise hídrica e energética, trouxe impactos para a economia em seus diversos segmentos. E agora, mais do que nunca, as organizações devem pensar em soluções para otimizar o consumo de energia e obter maior eficiência na operação, estando alinhadas às estratégias de Sustentabilidade, que se tornaram vitais no ambiente corporativo. Por outro lado, esse enorme desafio também se transforma em um momento único de oportunidade, no qual podemos pensar em soluções práticas para reduzir custos, poupar energia e implantar melhorias nos processos.
De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2020, 64,9% da energia no Brasil foram gerados a partir de hidrelétricas, enquanto os combustíveis fósseis representaram 14,3%. Desse modo, ao estimular a redução do consumo de energia, temos também impacto direto na redução do consumo de água e dos combustíveis fósseis. Diante desse objetivo, são muitas as possibilidades de soluções sustentáveis que unem tecnologia e inovação em prol da geração energética mais limpa e eficiente.
Pensando nesse cenário de desenvolvimento sustentável, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs 17 objetivos e 169 metas para todas as nações do mundo. Através do ODS 7 (Energia limpa e acessível), a ONU pretende garantir que todos tenham “acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia”. Isso é importante porque, com o crescimento da demanda e do acesso à energia, é necessário que esta venha cada vez mais de fontes não poluentes: “Atender às necessidades da economia e proteger o meio ambiente são os grandes desafios para o desenvolvimento sustentável”, diz a Agenda 2030.
Sendo assim, com a recente necessidade de se pensar em ODS e em Eficiência Energética (EE), o setor de energia passou a figurar no epicentro das discussões sobre o desenvolvimento sustentável, sobretudo devido às mudanças climáticas. Nesse sentido, uma das chaves para frear os riscos do aquecimento global está na substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera.
“O avanço da agenda ESG só reforça a necessidade de implementação e expansão das iniciativas de Eficiência Energética em todos os setores da sociedade. É preciso criar uma conscientização sobre as ações que visam a modernização de equipamentos na indústria e no comércio, por exemplo, permitindo um melhor uso da energia”, reforça Bruno Herbert, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO).
O que é a Eficiência Energética?
Os objetivos da chamada Eficiência Energética são: 1) gerar a mesma quantidade de energia consumindo menos recursos naturais e 2) obter o mesmo desempenho de um aparelho (seja residencial ou industrial) com um menor gasto de energia. Assim, pode-se definir Eficiência Energética como o uso racional, inteligente e otimizado de energia a fim de realizar os mesmos processos com menos recursos.
“Não existe progresso, desenvolvimento e conforto para a sociedade sem a utilização de energia elétrica; sendo assim, o seu consumo precisa ser racional, eficiente e alinhado com os princípios da sustentabilidade. A Eficiência Energética, além de poupar os recursos naturais, evita que sejam necessários investimentos bilionários na geração e distribuição de energia, o que se refletiria numa tarifa cada vez mais cara para o consumidor”, explica o presidente da ABESCO.
O que é o ESG?
A sigla ESG, que significa Enviromental, Social and Governance, é um conceito existente desde 2004, quando o ex secretário geral da ONU Kofi Annan faz um convite ao mercado financeiro para olhar para outros capitais relevantes, além do econômico, como o capital social, capital natural e capital cultural. Ele aparece pela primeira vez na publicação “Who cares wins”. Com a pandemia este movimento foi alavancado, e veio agregar de forma exponencialmente para uma visão mais sistêmica e integrada na condução dos negócios na promoção do desenvolvimento sustentável.
No setor elétrico, a mudança de mentalidade trouxe novos investidores, que são cada vez mais criteriosos nas suas decisões: “Começamos a ver um movimento grande de companhias tentando limpar a sua matriz e alguns desenvolvedores entendendo que, apesar de ter uma taxa de retorno inicial menor para ativos renováveis, no médio e longo prazo, os projetos poderiam conseguir financiamentos mais baratos”, explica Alexandre Americano, sócio fundador da Mercurio Partners, uma trading no setor de energia.
Além disso, como grande propulsora dessas transformações, a tecnologia está fortemente presente no setor, renovando as antigas formas de se conduzir processos ou fabricar produtos. A tecnologia permite, por exemplo, que hoje tenhamos veículos elétricos, soluções de armazenamento de energia, uso de hidrogênio como fonte, além da evolução das fontes renováveis e das soluções energéticas.
No panorama geral, o setor de energia busca contribuir para a mitigação do aquecimento global com a redução das emissões de carbono. Além disso, ele melhora a qualidade do ar (reduzindo a emissão de enxofre e de particulados) e promove o acesso universal à eletricidade.
BIBLIOGRAFIA
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