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Ecoeficiência

A Ecoeficiência Empresarial

13 de Outubro de 2022

Nestes últimos anos, as tendências relacionadas à sustentabilidade ganharam força, agregando valor aos negócios, contudo muitas empresas esperam que os investimentos para melhoria do desempenho da governança e da responsabilidade social e ambiental tragam também uma maior valorização da sua própria marca no mercado. A interface entre os desempenhos ambiental e econômico é totalmente plausível e isso pode se materializar através da ecoeficiência, cujos preceitos visam à redução do consumo de insumos de produção (matéria-prima e energia), o que reduz os impactos ambientais ao mesmo tempo que mantém o desempenho econômico.

O termo ecoeficiência foi criado em 2008 pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), instituição que defende os princípios de crescimento econômico com desenvolvimento sustentável. Sendo assim, a ecoeficiência abrange uma série de ações e valores que envolvem a oferta de bens e serviços a preços competitivos, garantindo-se a qualidade de vida, a redução do impacto ecológico e a utilização dos recursos naturais para a preservação da vida no planeta. De acordo com o WBCSD (2000), há 7 elementos indicados para empresas e indústrias os quais contribuem para a minimização do consumo de recursos renováveis e, principalmente, dos não renováveis. São eles:

  • Redução da dispersão de substâncias tóxicas;
  • Redução do consumo de energia;
  • Aumento da reciclagem dos materiais;
  • Aumento da durabilidade dos produtos;
  • Aumento da intensidade do uso de produtos e serviços;
  • Maximização do uso de recursos renováveis;
  • Redução do consumo de materiais.

Além disso, investir em ecoeficiência significa também viver num mundo melhor sob os mais diferentes aspectos; isso significa usufruir de certos benefícios, tais como:

  • Diminuição de custos de produção e aumento de lucro;
  • Ausência de riscos ambientais;
  • Redução da poluição;
  • Melhoria da saúde dos colaboradores e das demais pessoas em geral;
  • Cumprimento da conformidade legal ambiental;
  • Garantia da manutenção dos recursos naturais;
  • Engajamento das pessoas em prol das causas ambientais;
  • Minimização da liberação de substâncias tóxicas;
  • Extensão da vida útil dos itens;
  • Incentivo à reciclagem de materiais usados.

Tais benefícios impactam positivamente as comunidades graças à redução dos problemas advindos do lançamento de resíduos no meio ambiente, além da minimização da toxicidade dos produtos e de possíveis incômodos e divergências com a organização. Essas práticas trazem também maior eficiência nas ações de controle, melhorando a imagem pública da empresa, as suas relações com a comunidade e o aumento na confiabilidade de seus controles. Além disso, elas contribuem para a eliminação de poluentes do ar, água e solo, bem como para uma melhor conservação dos recursos naturais, prevenção ou antecipação dos impactos e redução dos acidentes ambientais.

Como vimos, o conceito de ecoeficiência busca o equilíbrio entre o desempenho ambiental e financeiro, ou seja, se não houver o investimento em iniciativas ecoeficiêntes, tornaremos ainda mais difícil a vida humana no planeta. Afinal, o meio ambiente e os ecossistemas já estão bastante comprometidos e é preciso cuidar deles para não chegarmos a uma situação irreversível.

No entanto, para que isso aconteça, não podemos pausar todas as máquinas e frear o crescimento das empresas, até porque, sem a iniciativa privada e a geração de riqueza das grandes corporações, não haverá capital para fazer os investimentos ecológicos necessários.

Por fim, estando a sustentabilidade tão em foco no universo empresarial, é fácil entender que adotar mecanismos de atuação voltados para a ecoeficiência representa uma forma de obter vantagens competitivas, visto que os programas de ecoeficiência oriundos de um excelente sistema de gestão ambiental incluem um monitoramento do processo de produção, no qual são identificadas todas as fontes de uso de água, energia e materiais. Dessa forma, é possível detectarmos desperdícios até então desconhecidos para que, posteriormente, sejam solucionados de forma ecoeficiente. Como consequência disso, teremos uma redução de custos e a construção de uma imagem mais positiva para a marca da empresa, impactando positivamente seu público e promovendo chances reais de dar saltos maiores no seu segmento.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

WORLD BUSINESS COUNCIL FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT. A ecoeficiência: criar mais valor com menos impacto. Lisboa: WBCSD, 2000.

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Bureau Veritas

​​​​​​​Maria Rita ZampieriEngenheira ambiental de Segurança do Trabalho, mestre em Geociências e Meio Ambiente e professora dos cursos de Pós-graduação do Bureau Veritas